“Fui para as aldeias depois de um convite para estudar como os índios se defendiam dos ataques de morcegos, mas, ao chegar à reserva, vi pessoas sendo roídas por baratas. Foi quando decidi assumir mais coisas e tentar controlar a infestação. As baratas germânicas se reproduzem muito rápido. Cada ovo, por exemplo, pode conter até 32 filhotes e, em um ambiente favorável, é possível ter, em um ano, pelo menos 100 mil baratas no local”, explica Wilson.
Segundo o professor, as baratas são artrópodes muito comuns altamente adaptadas a viver perto e dentro de habitações humanas e em ambientes escuros. Elas comem fezes, sangue, couro, colas, papel e material orgânico, como a queratina das unhas humanas e da pele. Segundo o estudo, a espécie de maior importância médica é barata alemã e a barata americana. No entanto, a germânica é considerada a principal praga no mundo devido à sua alta taxa de reprodução.
Ferimentos na pele – Na pesquisa, os autores observaram que as baratas são insetos presentes em todos os ambientes, incluindo habitações humanas. Eles são responsáveis por efeitos adversos, tais como fenômenos alérgicos, transmissão de infecções e penetração no canal auditivo de seres humanos. Além disso, as baratas podem provocar reações asmáticas e irritação nos brônquios.
“Lembra quando as avós falavam ‘Lave a boca que senão entra barata’? Então, é verdade. Elas são atraídas por coisas doces e roem queratina, que está presente na pele. A lesão causada pela roída da barata é um machucado raso que, no máximo, pode apresentar um quadro de infecção leve. A questão do trabalho não era nem mostrar as mordidas e sim, apresentar observações do que a barata pode fazer na pele humana”, ressalta Vidal.
Segundo o especialista, o tratamento deve ser feito com a lavagem do ferimento com água e sabão. Em casos mais intensos, uma pomada com antibiótico pode ser receitada. Além de morder, as baratas são capazes de penetrar nos canais do nariz e das orelhas dos seres humanos. A ação da mordida pode causar feridas dolorosas e comprometer a saúde da pele.
Estratégia caseira – No artigo publicado pelos professores, são descritas duas aldeias indígenas com grandes populações da espécie Blattella germanica que mostra uma alta taxa de mordidas em indivíduos adormecidos. O problema parece ser comum na região, embora seja raro nos ambientes urbanos. De acordo com Wilson, o fato da área ser de proteção ambiental também dificulta a introdução de medidas para controlar baratas. No entanto, o Governo Federal tem discutido recentemente uma intervenção especializada que busca controlar as baratas nestas e outras aldeias.
“Tínhamos que pensar em uma estratégia que não prejudicasse a rotina dos índios. Para isso, criamos uma receita que envolve farinha de trigo, açúcar, queijo ralado, cebola e ácido bórico. A massa é parecida com um pão. Colocávamos as bolinhas nas ocas e nas palhas. Nunca no chão para que as crianças não mexessem. Com as iscas, percebemos que as baratas morriam dentro de dois a três dias”, frisa Wilson, que ainda espera o retorno da estratégia de controle da infestação na aldeia.
Ainda segundo o estudo, a ocorrência destas manifestações é facilitada pela indiferença dos nativos à presença de insetos e à falta de consciência dos danos causada pela transmissão de infecções ou à destruição de seus alimentos. Para Wilson, além da estratégia de controle, é necessário também um debate na área de antropologia e até costumes da população indígena.
“Quando cheguei na aldeia fiquei muito assustado porque nunca tinha visto nada parecido. No entanto, ver que a estratégia que criamos era segura e eficaz fez ver que o trabalho valeu a pena. Na minha opinião, além do controle da epidemia, é necessário também um trabalho em conjunto na área de antropologia e debates para mudar hábitos que os índios cultivam, já que os insetos podem causar problemas de saúde e é impossível evitar o contato deles com o homem”, completa.
(Fonte: G1)
Segundo o professor, as baratas são artrópodes muito comuns altamente adaptadas a viver perto e dentro de habitações humanas e em ambientes escuros. Elas comem fezes, sangue, couro, colas, papel e material orgânico, como a queratina das unhas humanas e da pele. Segundo o estudo, a espécie de maior importância médica é barata alemã e a barata americana. No entanto, a germânica é considerada a principal praga no mundo devido à sua alta taxa de reprodução.
Ferimentos na pele – Na pesquisa, os autores observaram que as baratas são insetos presentes em todos os ambientes, incluindo habitações humanas. Eles são responsáveis por efeitos adversos, tais como fenômenos alérgicos, transmissão de infecções e penetração no canal auditivo de seres humanos. Além disso, as baratas podem provocar reações asmáticas e irritação nos brônquios.
“Lembra quando as avós falavam ‘Lave a boca que senão entra barata’? Então, é verdade. Elas são atraídas por coisas doces e roem queratina, que está presente na pele. A lesão causada pela roída da barata é um machucado raso que, no máximo, pode apresentar um quadro de infecção leve. A questão do trabalho não era nem mostrar as mordidas e sim, apresentar observações do que a barata pode fazer na pele humana”, ressalta Vidal.
Segundo o especialista, o tratamento deve ser feito com a lavagem do ferimento com água e sabão. Em casos mais intensos, uma pomada com antibiótico pode ser receitada. Além de morder, as baratas são capazes de penetrar nos canais do nariz e das orelhas dos seres humanos. A ação da mordida pode causar feridas dolorosas e comprometer a saúde da pele.
Estratégia caseira – No artigo publicado pelos professores, são descritas duas aldeias indígenas com grandes populações da espécie Blattella germanica que mostra uma alta taxa de mordidas em indivíduos adormecidos. O problema parece ser comum na região, embora seja raro nos ambientes urbanos. De acordo com Wilson, o fato da área ser de proteção ambiental também dificulta a introdução de medidas para controlar baratas. No entanto, o Governo Federal tem discutido recentemente uma intervenção especializada que busca controlar as baratas nestas e outras aldeias.
“Tínhamos que pensar em uma estratégia que não prejudicasse a rotina dos índios. Para isso, criamos uma receita que envolve farinha de trigo, açúcar, queijo ralado, cebola e ácido bórico. A massa é parecida com um pão. Colocávamos as bolinhas nas ocas e nas palhas. Nunca no chão para que as crianças não mexessem. Com as iscas, percebemos que as baratas morriam dentro de dois a três dias”, frisa Wilson, que ainda espera o retorno da estratégia de controle da infestação na aldeia.
Ainda segundo o estudo, a ocorrência destas manifestações é facilitada pela indiferença dos nativos à presença de insetos e à falta de consciência dos danos causada pela transmissão de infecções ou à destruição de seus alimentos. Para Wilson, além da estratégia de controle, é necessário também um debate na área de antropologia e até costumes da população indígena.
“Quando cheguei na aldeia fiquei muito assustado porque nunca tinha visto nada parecido. No entanto, ver que a estratégia que criamos era segura e eficaz fez ver que o trabalho valeu a pena. Na minha opinião, além do controle da epidemia, é necessário também um trabalho em conjunto na área de antropologia e debates para mudar hábitos que os índios cultivam, já que os insetos podem causar problemas de saúde e é impossível evitar o contato deles com o homem”, completa.
(Fonte: G1)
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